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Publicada em 27 de Abril de 2024 às 14:14

Gaúcha busca reclassificação para os jogos paralímpicos

Susana já participou de três Paralimpíadas e consquistou medalha de prata na Rio 2016

Susana já participou de três Paralimpíadas e consquistou medalha de prata na Rio 2016

ALE CABRAL/CPB/JC
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Fabrine Bartz
“Em recomeçar eu já sou craque”, é assim que a paratleta Susana Schnarndorf define a sua nova jornada. Gaúcha, natural de Porto Alegre, a nadadora pode ficar de fora das Paralimpíadas de Paris 2024 - que ocorrem entre 28 de agosto a 5 de setembro -, devido ao método utilizado na Classificação Esportiva Paralímpica (CEP). O objetivo agora é tentar uma reclassificação para os jogos.
“Em recomeçar eu já sou craque”, é assim que a paratleta Susana Schnarndorf define a sua nova jornada. Gaúcha, natural de Porto Alegre, a nadadora pode ficar de fora das Paralimpíadas de Paris 2024 - que ocorrem entre 28 de agosto a 5 de setembro -, devido ao método utilizado na Classificação Esportiva Paralímpica (CEP). O objetivo agora é tentar uma reclassificação para os jogos.
Há pouco mais de quatro meses para o início dos jogos, o Brasil já possui vagas garantidas para atletas de 13 das 22 modalidades que estarão em disputa. No entanto, o sonho e a profissão de Susana foram interrompidos em fevereiro, na Escócia, durante uma nova análise. A paratleta convive com uma doença chamada atrofia múltipla dos sistemas, que afeta o sistema nervoso autônomo. Degenerativa, a condição compromete os movimentos.

“No esporte paralímpico, a classificação funcional é um problema não apenas no Brasil, mas no mundo. O teste é muito subjetivo, depende do caráter da avaliadora”, lamenta Susana. O Comitê Paralímpico Brasileiro define a CEP como uma forma de categorização específica do movimento paralímpico. Através dela, os competidores são elegíveis para as disputas e são agrupados. Cada modalidade, determina seu próprio sistema classificatório, que considera o impacto da deficiência na atividade. Além disso, outros fatores são considerados como idade, peso corporal, sexo e nível de habilidade.

A classificação consiste em um processo de análise do atleta. Embora a avaliação de Susana tenha ocorrido pelo Comitê Internacional, na Escócia, o sistema é semelhante. Na natação, os paratletas com deficiências físico-motoras são divididos em dez classes (S1 a S10). Ela, inicialmente, estava na S8 e passou para S3. Agora, no entanto, subiu de nível para o S5 - o que levou a sua desclassificação. A pessoa que ocupa o 10º lugar, possui pouca restrição e, consequentemente, um nível menor, indica menos mobilidade.
“Eu tenho muita dor muscular, praticamente, 24 horas por dia. Cada dia é uma surpresa, acordo e tem vezes que não consigo caminhar, vou me arrastando”, conta a nadadora. Essa não é a primeira vez que a Susana precisou recomeçar. Ela já passou pelo triatlo, combinação entre natação, ciclismo e corrida, além de competir 13 vezes no Ironman, uma das mais exigentes provas da modalidade, onde os atletas percorrem 3,8 quilômetros nadando, 180 km em cima da bicicleta e 42,195 km correndo. Com o diagnóstico, Susana se direcionou ao esporte paralímpico.

A atleta participou de três Paralimpíadas e conquistou uma medalha de prata, no Rio de Janeiro, em 2016, na prova de revezamento e pódios em Mundiais, sendo um deles no topo, nos 100 metros nado peito, em 2013. No entanto, para realizar uma reclassificação para Paris 2024, é necessário estar entre os 10 no ranking mundial. Atualmente, Susana reside em São Paulo, onde treina, devido a proximidade com os clubes.

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